Olá, executérrimas!

Hoje temos a segunda parte do artigo Seu intestino vai bem?, de nossa parceira Dra. Raquel Pimentel, nutricionista com especialização em Nutrição Clínica Funcional pelo Centro Valéria Paschoal de Ensino (CVPE) e em Vigilância Sanitária de Alimentos pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

Vale a pena conferir todas as dicas da Raquel sobre o tema!

Espero que gostem!

Beijooooooo!

Fabi Gragnani

—————————————————————————————————————————————–

Belly

Seu intestino vai bem? – Parte II

Alguns alimentos são verdadeiros remédios para a saúde intestinal. Existem pessoas que não vivem sem comer mamão no café da manhã, outras que não deixam faltar aveia ou linhaça nas refeições e outras que tomam água de ameixa diariamente. Claro que esses alimentos ajudam, mas não basta apenas ingeri-los e esperar que um milagre aconteça. De nada adianta, por exemplo, comer muita fibra e não tomar água. Se isso acontecer, provavelmente seu intestino vai travar.

Tomou nota dessa dica? Começamos por ela, mas no post de hoje vamos apresentar diversas sugestões. Confira!

Prisão de ventre ou obstipação

Quem já não sofreu com o “intestino preso” alguma vez na vida? Entre os sintomas comuns da obstipação estão: fezes duras, dificuldade persistente de evacuar ou uma sensação de que não conseguiu esvaziar totalmente o intestino. Para alguns, isso é uma ocorrência regular bastante dolorosa e que pode se tornar muito estressante e inconveniente.

O aumento no aporte de fibras, a partir do consumo de cereais integrais, verduras e frutas, leguminosas, sementes, castanhas e frutas secas, ajuda a aumentar o número de evacuações. Além de serem benéficas para a saúde intestinal, as fibras auxiliam na prevenção de outras doenças (hemorróidas, doença diverticular do cólon, cálculos na vesícula biliar e no câncer de intestino), ajudam a reduzir o colesterol (a fibra arrastra parte do colesterol presente nos sais biliares junto com as fezes), a prevenir o diabetes (ajudam a regular os níveis de açúcar no sangue) e a obesidade (possuem efeito saciante). Outras estratégias são aumentar a ingestão de líquidos (principalmente água ou chás e sucos de frutas naturais) e praticar alguma atividade física de forma regular (ajuda a fortalecer os músculos da parede abdominal envolvidos na expulsão das fezes).

O que consumir:

  • Água, chás e sucos de frutas sem coar
  • Iogurte e leites fermentados
  • Linhaça e chia
  • Cereais integrais
  • Frutas ricas em fibras
  • Vegetais
  • Suco verde
  • Sopa creme de vegetais com aveia
  • Biomassa de banana verde
*Para conferir a lista completa com o preparo desses alimentos, clique aqui.

O que evitar:

  • Excesso de carboidratos refinados (pães e massas) e doces concentrados (doce de leite, leite condensado, goiabada etc.).
  • Excesso de cereais e farelos, pois podem levar a formação de gases.
  • Não atender aos estímulos intestinais. Vá ao banheiro sempre que tiver vontade.
  • Beber pouca água.
  • Ficar dependente de medicamentos laxantes. Mude seus hábitos alimentares.

Diarreia ou “intestino solto”

A diarreia ocorre por causas múltiplas e variadas, pode ser por uma intoxicação alimentar, consumo de alimentos deteriorados ou contaminados, uma infecção por vírus ou bactérias, uma intolerância ou alergia alimentar. Quando ela aparece sem outros sintomas como febre ou dor abdominal severa, a dieta pode ajudar a melhorar o quadro. Porém, antes de tratar, a pessoa precisa ser avaliada por um médico para diagnosticar a causa e indicar a dieta.
A diarreia leva a perda de água e eletrólitos (minerais necessários para que o equilíbrio de água do corpo se mantenha), o que pode levar a desidratação. Por esse motivo, o cuidado em manter a ingestão de líquidos adequada é a principal estratégia de tratamento.

O que consumir:

  • Beber muitos líquidos (água, água de coco, suco de limão coado), bebidas isotônicas e soluções de reidratação oral. Prefira os chás de ervas de como erva doce, camomila e hortelã, que auxiliam na digestão e na hidratação. A água de coco e os sucos coados de frutas sem adição de açúcar (limão, caju, goiaba e maçã) também ajudam na hidratação.
  • Fracionar as refeições e comer pequenas quantidades de alimentos. Reintroduzir os alimentos na dieta de maneira progressiva, de acordo com a melhoria dos sintomas e da sua tolerância.
  • Preparações com pouca gordura e temperos como sopas (canja ou caldos de legumes), arroz, tapioca e raízes cozidas (batata, mandioca, mandioquinha etc.) exigem pouco do intestino e podem contribuir para reduzir os episódios de diarreia.
  • A biomassa de banana verde ajuda a recuperar a microbiota intestinal. Inclui-la na sopa ou no suco pode ajudar a reduzir as evacuações.

O que evitar:

  • O consumo de refrigerantes, café e chás escuros (preto, mate e chá verde), pois podem aumentar a desidratação, além de irritar a mucosa gástrica e aumentar o peristaltismo intestinal.
  • As comidas gordurosas (frituras, embutidos, creme de leite etc.)
  • Alimentação rica em fibras (saladas, cereais integrais, casca e bagaço de frutas etc.). Frutas cruas e cozidas sem casca que podem ser consumidas: maçã, pera e banana.
  • Alimentos que causam intolerância (leite e derivados, glúten, oleaginosas etc.), substitua-os por outros.
  • As temperaturas muito extremas, especialmente alimentos gelados pode estimular o peristaltismo intestinal e aumentar os episódios de evacuação.

Flatulências ou “gases”

A flatulência ou meteorismo é o excesso de gases no intestino que causa espasmos e distensão abdominal (barriga inchada). Isso pode acontecer por vários motivos: comer rápido demais, conversar muito enquanto come, indigestão por mudança brusca na dieta (consumo excessivo de alimentos ricos em carboidratos, flatulentos ou de fibras), uso de antibióticos e disbiose (flora intestinal desequilibrada). Mas também pode ser sintoma de alguma doença, entre elas a obstipação, intolerância à lactose, gastrite, úlceras gástricas e doença inflamatórias do intestino. A melhor recomendação é a reeducação alimentar e a exclusão de alimentos que podem causar intolerâncias e alergias.

O que consumir:

  • Chás de ervas – Eles possuem efeito carminativo (reduzem os gases) e devem ser ingeridos entre as refeições ou após as refeições. Os chás de hortelã, erva doce, sálvia ou anis são os mais indicados porque além de ajudar na digestão, melhoram os desconfortos causados pelos gases. Adicionar ao chá de camomila sementes de erva doce e cominho, pois ajudam a digestão, e hortelã, que relaxa os músculos do cólon (intestino grosso), ajudando a aliviar o desconforto de gases em excesso.
  • Biomassa de banana verde – Consumir 1 colher de sopa por dia.

O que evitar:

  • Excesso de fibras – Elas podem causar além de gases, outros problemas digestivos (cólicas abdominais, diarreias) e comprometer a absorção de alguns nutrientes (como cálcio, magnésio, ferro e zinco).
  • Excessos alimentares – refeições “pesadas” e muito condimentadas dificultam a digestão e podem causar fermentação e produção de gases. Assim como os doces concentrados em açúcar.
  • Bebidas gaseificadas – Refrigerantes, água e bebidas alcoólicas com gás, pois interferem na digestão e aumentam o desconforto.
  • Alimentos flatulentos – As leguminosas (feijões, lentilha, grão de bico, ervilha etc.) e outros alimentos como couve, repolho, couve-flor, brócolis, couve-de-bruxelas, pimentão, pepino, rabanete, alcachofra, cebola, alho e alho poró podem fermentar e levar a formação de gases. Porém nem todas as pessoas podem ter flatulência quando ingerem esses alimentos. Assim, cada um deve reduzir o consumo ou excluir da dieta esses alimentos de acordo com o grau de desconforto. O modo de preparo dos feijões pode amenizar a formação de gases, é só deixar os grãos de molho durante a noite, desprezar a água e depois cozinhá-lo.

Gostou das dicas?

Vale lembrar que são apenas alguns toques, pois a recomendação indicada é buscar ajuda médica e de um profissional nutricionista para um tratamento individualizado. Com essas informações em mãos, não perca tempo e comece a seguir a dieta corretamente.

Cultive saúde e elimine os desconfortos intestinais!

Dra. Raquel Pimentel

rcs-pimentel@uol.com.br

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.